Você fica supervisionando o tempo todo a vida de seus filhos, da mesma forma que helicópteros de trânsito vigiam motoristas diariamente? Ficam supervisionando as criançs de forma generalizada, sem que os mesmos tenham necessidade em função da idade em que se encontram? Controla continuamente o seu filho, e lhe diz como deve brincar, como guardar suas coisas, como agir, entre outras determinações? Acaba vivendo a vida de seus filhos atrapalhando o desenvolvimento individual e autônomo dos mesmos, acreditando estar assumindo uma paternidade participativa, engajada?
Cuidado: é muito comum perceber pais que são “hiper-presentes” fisicamente, podem estar sendo, emocionalmente ausentes, pois estar perto, gera a falsa impressão de uma presença autêntica.
O termo “paternidade helicópteros também recebe denominações como: over-parenting, parenting bulldozer, envolvimento excessivo, que se referem a pais geralmente bem-intencionados, mas sobreinvolvidos, em comportamentos de proteção que não são necessários para o nível de habilidades de seus filhos.
A analogia do termo foi muito apropriada, por ocasião de uma criança que comentou em um grupo de pesquisa que sua mãe “ficava em cima dele o tempo todo”.
Exemplos típicos aparecem nas escolas, quando os pais cobram inicialmente da escola e não dos filhos, o resultado de suas notas na prova, o que denuncia uma inversão de responsabilidade. Treinadores de esportes também começaram a reportar comportamento semelhante, com questionamentos sobre decisões de juízes durante as partidas, substituições de atletas, etc. “Por que meu filho ficou no banco de reserva?
A premissa para essa atitude é a de que: pais superprotetores, geram crianças que não sabem lidar com suas emoções, apresentando dificuldade de lidar com alterações de humor, emoções e sentimentos. Geralmente apresentam fragilidade diante de desafios a cada etapa de seu desenvolvimento.
As crianças precisam de cuidadores que lhes sirvam de guia na hora de entender o que acontece com elas e não de pais que desconfiam de suas habilidades de enfrentamento existenciais.
Os celulares veem colaborar com esse comportamento, e podem ser classificados como “cordões umbilicais mais longos do mundo”.
É hora de aterrissar o helicóptero e de cortar os cordões. Sair da armadilha de que superproteção protege. Paradoxalmente pode ser uma forma de desacreditar nas habilidades e no self- support de se filhos. Todo excesso faz mal.
Educar é ensinar, é dar autonomia e não obstruir o caminho dos filhos, inibindo o desenvolvimento e o domínio de ferramentas e habilidades, fundamentais para que transitem pela vida.
Geralmente pais helicópteros se caracterizam por:
– Foco excessivo na prevenção. Querem evitar falhas e desapontamentos que fazem parte da vida. Encaram a experiência negativa como falta de habilidade em vez de uma chance para crescer e aprender.
– Excesso de arrependimento. Geralmente acreditam que suas vidas seriam melhores se tivessem escolhido de forma diferente quando jovens. Assim acreditam poder evitar sofrimentos para seus filhos.
Equilibrar apoio e limite são ingredientes fundamentais para desenvolver autonomia nas crianças.
Uma dica é envolve-la na resolução dos conflitos, considerando os perigos naturais de cada situação e a idade da criança. Uma de quatro anos não terá a capacidade de solucionar uma dificuldade natural exibida para uma criança de 8 anos.
É preciso estar sensível a necessidade do filho, mas simultaneamente reconhecer suas habilidades para solucionar seus problemas.
É fundamental, desenvolver na criança a relação entre esforço e recompensa. Afinal, pais não são eternos.
Assim, oriente seu filho a tentar solucionar suas dificuldades. Interfira o mínimo possível. Tente deixa-lo se virar sozinho. Colabore se preciso, na descoberta de estratégias de confrontações positivas diante de situações estressantes. O ideal é exemplificar essas estratégias ao enfrentar situações que exigem um controle emocional.
Aterrisse, corte o cordão umbilical e terá menos problemas no futuro.