O transtorno desafiador de oposição (TDO) é um transtorno disruptivo, caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil. As crianças discutem excessivamente com adultos, não aceitam responsabilidade por sua má conduta, incomodam deliberadamente os demais, possuem dificuldade em aceitar regras e perdem facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam.
Em outras palavras consiste em um transtorno psicológico caracterizado, principalmente, por comportamentos apresentados pela criança no sentido de agir contrariamente àquilo que se pede ou se espera dela. Caracteriza-se por um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis e desafiadores na ausência de sérias violações de normas sociais ou direitos alheios.
Na maioria das vezes, este tipo de transtorno causa mais sofrimento àquelas que a cercam do que à criança, pois esta acha que está certa em suas atitudes agressivas e não pode evitá-las, pois não são atitudes intencionais
O comportamento pode se manifestar não apenas sob a forma de atitude ativa no sentido de agredir, mas, também, através de comportamentos como o silêncio, a omissão, a apatia, o emudecimento, o não fazer nada e assim por diante.
Existem várias evidências de que o TDO é moldado e mantido pela natureza das trocas mútuas entre a criança e os adultos significativos de seu convívio, começando com os pais e estendendo-se a outras figuras como autoridades.
As respostas negativistas também estão relacionadas com o temperamento infantil, o que pode estar ligado a uma base genética ou constitucional. Essas crianças que apresentam temperamento difícil não se acalmam facilmente, não se adaptam bem às mudanças ambientais e são “resmungonas”.
Geralmente existe uma tendência nos pais a se comportarem e responderem a seus filhos de forma que aumente a probabilidade de encontrarem desobediência, oposição e desafio.
Portanto um alerta aos pais em relação ao seuscomportamentos:
Cuidado com as habilidades deficientes, como não prestar atenção a sinais significativos da criança (por exemplo, quando está claro o mal-estar), não colocar limites ao comportamento impróprio e não vigiar de forma constante o nível de atividade que podem funcionar também como acontecimentos antecedentes que provoquem e mantenham o desafio.
Cuidado com os reforços inadequados. Geralmente crianças que atuam de maneira desafiadora, negativa e agressiva para com seus pais, obtêm com seus comportamentos consequências favoráveis. Como resultado, de seus comportamentos são fortalecidos e ocorrerão com maior probabilidade no futuro.
Do mesmo modo, quando os pais são severos, punitivos ou negativos em suas interações com a criança, às vezes são reforçados, porque esse comportamento produz obediência ou elimina uma fonte de irritação (por exemplo, a criança ‘cede’). Com efeito, tanto a criança quanto os pais aprendem a realizar comportamentos negativos e coercitivos quando enfrentam acontecimentos desagradáveis ou aversivos.
Assim é preciso rever as causas de diversos transtornos psicológicos e analisar a interação de todas as dimensões relevantes: as contribuições genéticas, o papel do sistema nervoso, os processos cognitivos e comportamentais, as influencias emocionais e interpessoais e os fatores de desenvolvimento que podem estar presentes no comportamento de seu filho.
Assim, chegamos a uma abordagem multidimensional integrada para as causas dos transtornos psicológicos que envolve o excesso de desafios, na qual não se pode negar a importância das atitudes familiares.