O drama do dever de casa: ele é realmente necessário à aprendizagem?

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Verdadeiros dramas relacionados ao dever de casa, se desenvolvem nos lares, com dia e hora marcados e, muitas vezes, não envolvendo apenas a criança ou o jovem com suas tarefas escolares, mas avós, tios, vizinhos, irmãos, empregadas e, até mesmo, secretárias. A lição de casa tem sido objeto de preocupação e de muito desentendimento entre família e a escola.           Para ser mais precisa o desencontro acontece entre professores e seus alunos, entre os alunos e seus pais, entre os pais e os professores.

            O dever de casa por outro lado, acaba sendo um dos elementos que os familiares se utilizam para emitir suas opiniões a respeito da escola. Isso faz sentido, porque fora dos muros da escola o dever de casa é o que há de mais visível de todo trabalho escolar.

            Assim, percebe-se que s relações entre família e escola não se dá sem contradições e tensões, quando envolve as questões relativas ao dever de casa. Envolvem aspectos diversificados como, dentre outros, a divisão de trabalho entre escola e família, a dosagem da quantidade de dever, a maior ou menor continuidade normativa entre os espaços doméstico e escolar, o sentido das atividades para o estudante, a desigualdade de condições de acompanhamento dos deveres entre diversas famílias. Nesse contexto, o dever de casa tem se tornado alvo freqüente de polêmicas.

            É preciso compreender, entretanto que, o dever de casa se constitui o principal meio de interação família-escola. É por um lado, um dos dispositivos curriculares por meio dos quais a escola concretiza seu trabalho pedagógico.

            É quase impossível separar educando/filho, por isto, quanto maior o fortalecimento dessa relação família-escola tanto melhor será o desempenho escolar do filho/educando. É preciso considerar que, tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para mundo, apesar de apresentarem particularidades que as diferencia.

            Considerando que o ser humano aprende o tempo todo, nas mais diversas instâncias que a vida lhe apresenta, o papel da familiar é fundamental, pois é ela que tem em suas mãos a responsabilidade de construir o caminho que seu filho irá trilhar.           Porém, a escola enquanto instituição formadora que complementa a família tem o direito e o dever de fazer essa parceria salutar para que ambas venham dar ao ser humano de hoje uma formação digna para atuar na sociedade como pessoas de bem e preparadas para transformá-la.

            É comum se ouvir entre as mães, a seguinte afirmação, “ acompanhar os deveres de casa “faz parte da criação de um filho hoje”, o que evidencia também a compreensão de que a tarefa de casa é compreendida como um modo de socialização.

            Para rever o drama do dever de casa, é preciso refletir a respeito dos seguintes critérios: 1- o tempo gasto pelo filho para fazê-lo, que conforme os valores da família, pode ser, considerado excessivo ou insuficiente. Esse critério é extremamente subjetivo e as escolas não têm como satisfazer as famílias nesse particular;

2- a quantidade de deveres de casa. Muitas vezes se pensa que quanto mais atividade para casa melhor é a escola. Passa despercebida que, o que importa é qualidade neste dever de casa.

            É importante propiciar ao educando para que este momento de estudo esteja sob o olhar da família e que o aluno relembre o que foi trabalhado em sala de aula. A família muitas vezes não tem como saber no dia-a-dia como seu filho/aluno está se desenvolvendo nos estudos, por não ter acesso diretamente na participação em sala de aula, devido a circunstância do trabalho. Não faz idéia, se o que está sendo realizado na escola diariamente é de boa qualidade e o quanto o educando consegue aprender durante a aula.

            Portanto, é imprescindível que o dever de casa seja bem atribuído ao aluno no decorrer do bimestre e do ano letivo, pois ele vem contribuir com a família para que se realize este acompanhamento em casa.

            E a família vai perceber quanto tempo seu filho se dedica aos estudos e vai conferir facilidades ou não com o conteúdo e ou dificuldades da própria criança em lidar com suas responsabilidades ou com a administração de seu próprio tempo.

            Por isso que a escola ao redimensionar sua proposta pedagógica precisa pontuar com relevância, as estratégias e ações sobre a função social da escola para que se efetive de fato este trabalho priorizando neste processo um ensino-aprendizagem de qualidade.

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