Criança que come diante de eletrônicos sabe o que come?

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Onde fica a televisão na sua casa? Fica no mesmo espaço que a família costuma fazer as refeições? É um hábito familiar levar comida pata frente da televisão? Como a família “economiza tempo almoçando em frente ao computador? Essas e outras questões precisariam fazer parte da “mesa do brasileiro”.

O horário das refeições em casa, que antigamente era feito na mesa com todos reunidos, agora, é realizado em frente à TV ou até mesmo ao computador.

Para muitas famílias comer assistindo televisão tornou-se algo normal. Anormal é preparar a mesa para que a família possa almoçar juntos.

“Natural” passou a ser a criança chantagear os pais e exigir que os eletrônicos sejam ligados. Para muitos pais permitir que seus filhos assistam televisão ou brinquem nos seus computadores evita brigas na hora do almoço e favorece o “colocar” comida na boca sem que eles percebam.

Um ditado antigo afirmava “não se pode assoviar e chupar cana ao mesmo tempo”.

A tentativa de driblar o óbvio, faz com que os alimentos sejam levados a boca de forma mecânica, sem favorecer o contato com sabores e com a quantidade, o que pode causar sobrepeso dores de estômago e engasgos em função de que o cérebro se encontra focado em outras atividades. O hábito mecânico de levar a comida na boca pode levar as crianças a “beliscarem” fora do horário enquanto assisem seus desenhos preferidos.

Portanto, criança que come diante de eletrônicos não constrói uma relação saudável com o ato de alimentar-se. Não aprende que comer tem a ver com uma sobrevivência saudável. Não constrói o prazer pelo ato de alimentar-se. E, finalmente não aprende: sabor, o cheiro, a textura, as cores e as formas de cada alimento; o nome dos alimentos; a escolher o que ela quer ou não quer comer; quando parar de comer, porque está satisfeita e que alimentação tem a ver com saúde.

Vale ressaltar que as propagandas de comida veiculadas pela televisão, recebe estímulos para que se coma em dobro, inclusive comidas não saudáveis como batata frita, biscoitos, doces, refrigerantes e comidas rápidas.

Não se pode esquecer que a própria postura relaxada ao assistir a televisão e o distanciamento da realidade provocada pelos programas, gera também a falta de contato com o que se come.

Por outro lado, é importante enfatizar que a televisão e o computador são inimigos da saúde gerando problemas de sedentarismo, oculares, contraturas, más posturas, distúrbios alimentares, maiores infecções, alergias, etc. 

Um aspecto que não é levado em conta refere-se as sujeiras do computador dos Ipads das crianças que podem levar a resfriados, gripes, alergias, entre outros.

Portanto, experimente dar exemplos de suas atitudes não apenas na hora da alimentação. Avise que a televisão será desligada assim que a mesa estiver servida. Afinal, a educação nutricional começa em casa, e baseia-se em quatro regras: horários definidos, quantidade adequada para cada faixa etária, qualidade dos alimentos e mastigação correta. 

Valorize o horário do almoço como um tempo para aprender a conviver. Ensine a criança a comer em pequenas quantidades.

Não se desespere com a s brigas durante a alimentação. Gritar, chorar, se debater, jogar comida fora são comportamentos passíveis de serem controlados com autoridade e pulso firme. Diante da chantagem diga: o prato está na mesa. Se não quiser se alimentar vai ficar sentado esperando todos terminarem de comer. Não ceda. Diante da fome a criança é quem cederá. Porque a criança que come diante de eletrônicos não sabe o que come!

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