O DRAMA DO USO DAS CHUPETAS

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A chupeta virou um hábito cultural e já faz parte do enxoval que as mães levam para a maternidade.

Na verdade, ao longo da história o objetivo da chupeta era o de acalmar o bebê, e por isso tem mais de 3000 anos de idade e normalmente eram feitas de linho trançado, na qual substâncias com mel, leite adocicado, e até mesmo sementes papoula poderiam ser colocadas. Ela era amarrada ao berço ou ao cobertor, ao invés de, na roupa do bebê, como é mais comum atualmente.

O que não se sabia é que se a chupeta, for usada de forma inadequada, tem impacto negativo sobre o desenvolvimento da fala, pois à medida que ocupa a cavidade oral, limita o balbucio, a imitação de sons e a emissão de palavras, levando a uma vocalização distorcida.

Mas a chupeta é mesma necessária para o bebê?

Não. A única necessidade do bebê ao nascer é de se alimentar e por isso já trás consigo o reflexo de sucção, que pode ser identificado mesmo dentro da vida intrauterina. Ao sugar os seios maternos o bebê por meio desse reflexo, sacia sua fome.

Nesse sentido, quando se opta pelo uso da chupeta provoca-se um desapontamento parcial na criança, uma vez que ao sugar, não recebe o leite desejado.

Entretanto, muitas mães têm necessidade de evitar o choro contínuo da criança e optam pelo uso da chupeta imediatamente, sem tentar outras alternativas para compreender o que a criança está tentando manifestar ao chorar. Outras, que desejam inconscientemente evitar que o filho permaneça sugando por muito tempo seus seios, faz uso da chupeta, mesmo que a criança não chore. Essa é a forma que encontra para provocar a diminuição da estimulação do peito e consequentemente da quantidade de leite necessária para o bebê. Sabe-se também que ao usar a chupeta o bebê tende a colocar a língua na posição errada, na hora de sugar o seio, o que também provoca uma leve rejeição ao seio materno, quando tiver que o utilizar para se amamentar.

  A maioria das mães, também utilizam a chupeta para evitar as “birras” infantis, por ficarem preocupadas com o ambiente em que convivem e serem sensíveis às criticas pessoais.

Não se pode esquecer também que as crianças alimentadas por meio de mamadeira estão mais sujeitas a precisar da chupeta. Com o desenvolvimento os dentinhos começam a nascer e os bebês começam a morder o bico da mamadeira. Sendo assim, os bicos ficam com “buracos” imensos e o tempo gasto para mamar o conteúdo da mamadeira diminui, assim como o número de vezes, que a criança faz uso do reflexo de sucção. Assim, necessita da chupeta para continuar a satisfaze-lo.

Se a família optar pelo seu da chupeta, para dar estabilidade emocional à criança, algumas dicas são necessárias para que o uso seja racional:

– Verificar à duração (por quantos anos a chupeta é usada?). O reflexo de sucção tende a se enfraquecer com o passar do tempo desaparecendo entre 3 e 4 anos;

– Frequência (número de vezes por dia que a chupeta é utilizada). As vezes na hora de dormir pode ser conveniente;

– Intensidade (duração de cada sucção e atividade dos músculos envolvidos). Observar o padrão de crescimento da criança e a tonicidade da musculatura;

– Da posição em que a chupeta é mantida. Algumas crianças usam a chupeta de modo atípico, prejudicando ainda mais a dentição, pois, além de aberta, a mordida fica assimétrica.

– Cuidados com a segurança (física, química e imunológica) do uso da chupeta. A asfixia pode ser causada por partes dos cordões amarrados nas chupetas que se desprendem ou por fitas amarradas às elas. Danos físicos também podem ser provocados devido a possibilidade de laceração de mucosa oral ou da base do nariz quando as crianças caem com elas na boca.  

Além disso, caso o uso seja adotado é imprescindível observar:

– Se a chupeta tem a forma e tamanho compatíveis com a boca da criança (variando conforme a idade: menor ou maior do que 6 meses).

– Se o apoio labial é ligeiramente curvo (côncavo), voltado para a boca da criança, com buracos laterais para a ventilação. A porção próxima à base do nariz deve ser recortada, proporcionando um bom vedamento dos lábios.

– Se a criança não é alérgica ao látex. 

– Se o uso da chupeta também não é decorrente da compensação pela falta de satisfação do prazer de sugar, devido ao tamanho do buraco do bico da mamadeira.

Como curiosidade vale ressaltar que numa tentativa de evitar o uso das chupetas e de desencorajar a mãe a trocar o aleitamento natural pelo artificial a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) decidiu incluir, na embalagem do produto, que ela prejudica a dentição e a fala da criança.

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Cursos Online
3 anos atrás

Aqui é a Fernanda Lima , gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.

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